Julho Verde
Sinais do câncer de cabeça e pescoço podem começar pela boca
Saúde | 14 de Julho de 2025 as 15h 21min
Fonte: Carlos Aburad

Feridas que não cicatrizam, manchas brancas ou avermelhadas na boca, nódulos no pescoço e dificuldade para engolir são sintomas, muitas vezes ignorados, que podem ser os primeiros sinais do câncer de cabeça e pescoço — o quinto mais comum entre os brasileiros. Durante o Julho Verde, celebrado no dia 27 como o Dia Mundial de Conscientização e Combate ao Câncer de Cabeça e Pescoço, especialistas reforçam a importância da prevenção e do diagnóstico precoce.
Segundo o Instituto Nacional de Câncer (INCA), a previsão para 2025 é de 39.550 novos casos de câncer de cabeça e pescoço no Brasil. Quando se inclui o câncer de pele tipo melanoma na região, esse número chega a 48.530 casos. O cenário é preocupante: cerca de 80% dos tumores são diagnosticados tardiamente. “Isso reduz significativamente a eficácia do tratamento”, alerta o médico patologista Carlos Aburad. “A maioria dos tumores poderia ser identificada mais cedo se houvesse mais informação e atenção aos sinais iniciais.”
A doença atinge diversas regiões da cabeça e pescoço, incluindo boca, faringe, laringe, glândulas salivares, tireoide e seios da face. “Entre os principais fatores de risco estão o tabagismo, o consumo excessivo de álcool, a infecção pelo vírus HPV e a exposição solar sem proteção nos lábios”, afirma Carlos Aburad.
De acordo com o médico Rogério Leite, cirurgião oncológico, em casos de câncer de tireoide, muitas pessoas esperam ter sintomas específicos para, então, procurar orientação médica. “Mas o câncer de tireoide pode ser silencioso. Muitas vezes, o paciente tem um nódulo com crescimento lento e nem desconfia que pode estar com esse tipo de câncer”, alerta.
De acordo com o cirurgião oncológico, os sintomas são: rouquidão, dificuldade para engolir e alterações da voz. Entretanto, diz ele, esses sintomas apenas aparecem em estágios já avançados. Rogério Leite afirma que o câncer de tiroide, quando descoberto precocemente, tem chances de até 98% de cura com cirurgia. “Normalmente, nesses casos não se faz radioterapia nem quimioterapia”, explica.
Segundo o dentista Arlindo Aburad, doutor em Patologia Bucal pela USP, o câncer de boca é um dos mais visíveis — e por isso o autoexame e as visitas regulares ao dentista são fundamentais. “A cavidade bucal permite que a própria pessoa perceba alterações. Feridas que não cicatrizam em 15 dias, mudanças na coloração da mucosa, dor persistente e mobilidade de dentes sem motivo aparente são sinais de alerta que precisam ser investigados com urgência”, detalha.
O câncer de boca, especificamente, tem previsão de 15.100 novos casos em 2025, com maior incidência entre os homens (72% dos diagnósticos), de acordo com o INCA. Apesar dos sintomas mais aparentes, o câncer de boca ainda é uma das neoplasias mais negligenciadas no país, segundo Arlindo Aburad. “Quando identificado no início, o tratamento costuma ser menos agressivo e mais eficiente. Por isso, a conscientização é tão importante quanto o próprio tratamento”, reforça.
Além do autoexame, ele recomenda uso diário de protetor nos lábios, parar de fumar, evitar bebidas alcoólicas em excesso, manutenção de higiene bucal, com check-ups odontológicos regulares, e busca de atendimento ao notar qualquer anormalidade na região da boca, garganta ou pescoço.
O Julho Verde é promovido, anualmente, pela Sociedade Brasileira de Cirurgia de Cabeça e Pescoço (SBCCP) e mobiliza profissionais da saúde, pacientes e instituições em todo o Brasil.
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