Estudo
Diagnóstico de demência costuma vir 3,5 anos após o início dos sintomas
Minorias sociais e pessoas jovens com demência frontotemporal levam mais tempo para receberem um diagnóstico. É o que apontou um novo estudo
Saúde | 30 de Julho de 2025 as 08h 25min
Fonte: Galileu

O tempo entre o aparecimento dos primeiros sintomas de demência e o diagnóstico da condição costuma ser cerca de 3,5 anos, em média. É o que calculou um novo estudo, feito por pesquisadores da University College London (Inglaterra) e da Universidade de Jaén (Espanha), e publicado na revista científica International Journal of Geriatric Psychiatry.
O estudo em questão é uma meta-análise, que combinou o resultado de várias pesquisas que investigaram o mesmo tema para fazer uma estimativa geral e mais precisa sobre esse tipo de diagnóstico.
Para fazer o novo levantamento, a equipe utilizou um sistema de meta-análise mundial. Eles analisaram os dados de 13 estudos publicados anteriormente na Europa, EUA, Austrália e China, envolvendo 30.257 pessoas.
O principal objetivo era o de analisar o tempo entre o começo dos sintomas até o diagnóstico da doença. Os pesquisadores consideravam a avaliação dos pacientes e dos cuidadores próximos através de entrevistas ou registros médicos, para entender quando o indivíduo começou a apresentar os sinais de demência.
“O diagnóstico oportuno da demência continua sendo um grande desafio global, moldado por um conjunto complexo de fatores, e estratégias específicas de saúde são urgentemente necessárias para melhorá-lo. Outros estudos estimam que apenas 50% a 65% dos casos são diagnosticados em países de alta renda, com muitos países apresentando taxas de diagnóstico ainda mais baixas”, disse a autora principal do estudo, Vasiliki Orgeta, em comunicado. “O diagnóstico oportuno pode melhorar o acesso aos tratamentos e, para algumas pessoas, prolongar o tempo de vida com demência leve antes que os sintomas piorem”, afirma.
Resultados
Os pesquisadores concluíram que um paciente costuma receber o diagnóstico de demência após 3,5 anos do primeiro sintoma. Já aqueles que apresentam o início precoce da doença, a identificação do problema acontece após cerca de 4,1 anos. No entanto, se a pessoa for muito jovem e apresentar demência frontotemporal, o diagnóstico pode demorar mais pra acontecer.
A demência frontotemporal pode estar associada a outras condições psíquicas, como depressão ou mudanças de comportamento, dificultando o diagnóstico. A pesquisa não conseguiu identificar disparidades raciais de forma significativa, já que o número de dados que faziam esse recorte era limitado. Mas uma das pesquisas analisadas aponta que pessoas pretas podem acabar recebendo um diagnóstico tardio, em comparação a brancos.
“Encaminhamento inconsistente, acesso limitado a especialistas e clínicas de memória com recursos insuficientes podem gerar atrasos adicionais. Para alguns, as diferenças linguísticas ou a falta de ferramentas de avaliação culturalmente adequadas podem dificultar ainda mais o acesso ao diagnóstico oportuno”, explica o coautor do estudo, Rafael Del-Pino-Casado.
“Para acelerar o diagnóstico da demência, precisamos de ações em múltiplas frentes. Campanhas de conscientização pública podem ajudar a melhorar a compreensão dos sintomas iniciais e reduzir o estigma, incentivando as pessoas a buscar ajuda mais cedo. A formação de clínicos é fundamental para melhorar o reconhecimento e o encaminhamento precoces, juntamente com o acesso à intervenção precoce e ao apoio individualizado, para que as pessoas com demência e suas famílias possam obter a ajuda de que necessitam”, ressalta Orgeta.
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