Mel em risco
Pesquisadora de Sinop estuda o sumiço das abelhas
Fungo relacionado a morte dos insetos foi encontrado em 96% das colmeias analisadas
Rural | 27 de Setembro de 2016 as 10h 37min
Fonte: Jamerson Miléski

As abelhas estão morrendo e ninguém sabe o porquê. Essa foi a queixa apresentada por um apicultor de Sinop que motivou a tese de mestrado da médica veterinária do Indea (Instituto de Defesa Agropecuária), de Sinop, Erika Menezes do Nascimento. O apicultor já havia procurado ajuda nas universidades e em outros órgãos públicos municipais e estaduais, sem obter êxito, por isso tentou no Indea. Diante também da falta de conhecimento técnico sobre o problema, a servidora foi até a propriedade e coletou amostras e encaminhou ao laboratório. O resultado causou espanto. Um alto número de doenças que afetavam mensalmente a produtividade do apicultor foi detectado. “Imaginei como seria a realidade da cadeia apícola e em como poderia auxiliar nesse contexto de abandono sanitário desta cadeia”, relatou sobre o motivo que a impeliu a buscar uma resposta.
A investigação foi feita entre julho e novembro de 2015. Foram coletados dados de 48 apicultores e estudados 57 apiários em 11 municípios na região do médio norte do Mato Grosso. A prevalência do fungo Nosema ceranae foi encontrada em 96% das amostras observadas. De acordo com a veterinária, o fungo é estudado mundialmente e apontado como uma das possíveis causas para a chamada síndrome do desaparecimento das abelhas.
A investigação rendeu uma tese de Mestrado, que foi apresentada na semana passada aos servidores da autarquia lotados na Capital. Sua dissertação focou na “Caracterização da Apicultura e prevalência de Nosema ceranae na Mesorregião Norte Matogrossense”. O objetivo, conta a pesquisadora, é apontar precisamente o problema para fortalecimento da cadeia produtiva repassando conhecimento não só a esse apicultor, mas para toda sociedade. “A apicultura é algo promissor, mas a atividade apícola passa por problemas sérios como o ‘sumiço’ das abelhas em algumas regiões do planeta. Embora as nossas abelhas africanizadas sejam consideradas resistentes a algumas doenças, na realidade do campo temos nos deparado com perdas produtivas por patologias ainda não diagnosticadas”, explica a veterinária.
Nesse estudo a servidora também avaliou as características da apicultura da região levando em consideração: produção de mel, número de colmeias, perdas e suas possíveis causas e faz um diagnóstico silvestre, que pode ajudar a quem passa pelo problema. Com seu levantamento afirma que o quadro é preocupante uma vez que, em 41 anos de apicultura no Estado, a atividade não está tendo a mão de obra renovada.
Resultados e desafios
Ao final ela pôde constatar que a atividade apícola no estado do Mato Grosso é tecnificada, porém, pouco equipada. A cadeia apícola ainda é pouco atendida pelo poder público. Entre os desafios listados pela pesquisadora estão o cadastramento e identificação dos apicultores; o aumento da produção e da produtividade de mel; e trazer a atividade para a formalidade, sendo que a maioria dos apicultores ainda vende seus produtos na porta de casa ou em feiras livres sem nenhum tipo de inspeção sanitária.
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