Sorriso
Família do agro entra em recuperação judicial com dívida de R$ 241 milhões
Grupo Manso culpa clima, inadimplência e juros pela “quebradeira”
Rural | 22 de Abril de 2025 as 14h 48min
Fonte: Jamerson Miléski

O Poder Judiciário de Mato Grosso, através da 4a Vara Civil de Sinop, publicou no Diário Oficial desta terça-feira (22), o Plano de Recuperação Judicial do “Grupo Manso” – uma família de produtores rurais e operadores do agronegócio com sede em Sorriso (MT). Revelando uma dívida de R$ 241.740.069,62, a família pediu a intervenção do poder judiciário e as benesses da Lei de Recuperação Judicial para tentar reverter a crise.
Formado por 5 sócios e pelas empresas Agropecuária Manso Comércio de Insumos EPP (em Nova Ubiratã) e Manso Administração, Participações e Compra e Venda (em Sorriso), o grupo mantém suas atividades produtivas em uma área de 9,5 mil hectares no município de Peixoto de Azevedo. Toda área é recoberta de soja na primeira safra. Na segunda safra, 3 mil hectares de milho, 3 mil hectares de algodão e 1,5 mil hectares de feijão, além de outras culturas.
O Grupo relata que os problemas começaram a se intensificar em 2022, com a combinação de eventos climáticos adversos, queda no preço das commodities, elevação dos custos de produção e, principalmente, alta dos juros bancários. O grupo também relatou aumento na inadimplência de clientes, o que pressionou ainda mais o caixa.
A lista de credores divulgada no edital inclui instituições financeiras, revendas de insumos agrícolas e fornecedores, além de uma longa relação de passivos trabalhistas.
A maior dívida é com o Banco do Brasil. São R$ 93,23 milhões. Na sequência vem Edenilo Moreira Lemos, com R$ 29 milhões e o Sicoob, R$ 13,5 milhões. Para Ricardo Felicíssimo Silva o grupo deve R$ 12,5 milhões, mais R$ 8,3 milhões para Syngenta.
Além da recuperação judicial, o Grupo Manso busca resolver passivos extraconcursais por meio de procedimento de mediação com grandes players do agronegócio e do sistema financeiro. Entre os principais credores desse bloco estão: BTG Pactual Commodities, R$ 20,5 milhões, Banco John Deere, R$ 18,8 milhões, Louis Dreyfus Company, R$ 10,6 milhões, Fiagro Direitos Creditórios, R$ 9 milhões e Air Tractor, R$ 7,7 milhões.
O plano de recuperação judicial foi apresentado à Juíza Giovana Pasqual de Mello, da 4ª Vara Cível de Sinop, que deferiu o pedido. Agora, abre-se o prazo de 30 dias corridos para que os credores apresentem eventuais objeções ao plano.
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