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Boa tarde, Segunda Feira 21 de Julho de 2025

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Evento

Congresso Brasileiro de Soja vai debater desafios e futuro da cadeia produtiva

Evento realizado pela Embrapa Soja inicia nesta segunda-feira (21/7), em Campinas (SP)

Rural | 21 de Julho de 2025 as 07h 43min
Fonte: Globo Rural

Foto: RRufino

Os pilares da cadeia produtiva, os desafios atuais e o futuro do grão serão debatidos no X Congresso Brasileiro de Soja e Mercosoja 2025. Considerado o maior fórum técnico-científico sobre a cultura na América do Sul, o evento será realizado entre os dias 21 e 24 de julho, em Campinas (SP). A expectativa é reunir em torno de 2 mil participantes em uma programação técnica com mais de 50 palestras de especialistas nacionais e internacionais.

“Hoje, 6% do [Produto Interno Bruto] PIB brasileiro vem da cadeia produtiva da soja. A cadeia tem que se preparar para as próximas décadas, agregar mais valor, produzir mais carne e começar a usar a soja como matéria prima para a indústria química desenvolver produtos como pneus, asfalto, sola de sapato, [combustível sustentável de aviação] SAF e outros”, afirma Alexandre Nepomuceno, chefe-geral da Embrapa Soja, realizadora do evento e que neste ano comemora 50 anos de atuação.

A programação conta com palestras sobre aspectos geopolíticos, sustentabilidade, inovação, desenvolvimento de nichos de mercado, aplicações emergentes de tecnologias para a soja, entre outros temas. Fernando Henning, pesquisador da Embrapa Soja e presidente do Congresso Brasileiro de Soja, diz que a comissão técnica-científica do evento buscou uma gama ampla de assuntos para envolver todos os elos da cadeia - produtores, técnicos de extensão rural, pesquisadores, empresas.

Em relação a aspectos geopolíticos, o congresso vai debater os desafios da produção de soja no Mercosul. “Assuntos como logística são desafiadores para o Mercosul e o Brasil. A questão da propriedade intelectual, da pirataria de sementes, a chegada de novas variedades são desafios para todos nós”, afirma Henning.

Sementes

De acordo com a Associação Brasileira de Sementes e Mudas (Abrasem), no Brasil, 70% da produção têm origem em sementes certificadas e 30% são sementes guardadas pelo produtor para usar na safra seguinte (semente salva) ou semente pirata (produzidas sem os critérios exigidos pelo Ministério da Agricultura). Henning observa que esses 30% representam um impacto financeiro no setor e um risco fitossanitário.

“Ao se utilizar uma semente não certificada, pode-se introduzir uma nova praga, uma nova doença na lavoura, por exemplo. Por outro lado, há a questão econômica. A Crop Life levantou que os 30% de sementes não comercializadas representam cerca de R$ 10 bilhões que deixam de ser movimentados e, consequentemente, reduzem os investimentos em pesquisa para a geração de novas cultivares, por exemplo”, observa.

Em relação ao mercado global, serão debatidas as perspectivas para ferramentas biotecnológicas da soja nos próximos dez anos, com presença de palestrantes da China, Estados Unidos, Canadá e Brasil.

Como parte da programação, os participantes terão acesso ao Mãos à Obra, um espaço com mini workshops sobre questões práticas ligadas a fertilidade do solo e adubação, manejo de nematoides, plantas daninhas, bioinsumos e impedimentos ao desenvolvimento radicular.

Inovação

Na sessão pôster serão apresentados 328 trabalhos técnico-científicos, divididos em nove áreas temáticas, incluindo ecologia, tecnologia de sementes, genética e biotecnologia, nutrição vegetal, economia rural e socioeconomia.

A Arena de Inovação é outro espaço no evento, voltado à apresentação de trabalhos técnicos de destaque e inovações propostas pelo mercado, com participação de pouco mais de 50 expositores.

Durante o evento, a Embrapa Soja ainda lançará a 5ª edição do Soja Open Innovation, edital público para seleção de startups ou empresas de base tecnológica com foco no co-desenvolvimento de soluções sustentáveis para o sistema de produção de soja. O foco desta edição são iniciativas que possibilitem a transformação do processo produtivo da soja, considerando o potencial da agricultura digital.

Embrapa Soja

Criada em 16 de abril de 1975, em Londrina (PR), a Embrapa Soja é uma das 43 unidades de pesquisa da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa). A unidade é hoje uma referência mundial no desenvolvimento de tecnologias para a cultura em regiões tropicais.

Entre suas contribuições estão o desenvolvimento de cultivares adaptadas a regiões de baixas latitudes, o controle biológico de pragas, as técnicas de manejo e conservação do solo, entre outras.

A soja chegou ao Brasil pela Bahia, em 1882, quando foram feitos os primeiros testes com cultivares introduzidas dos Estados Unidos, mas não houve sucesso. Em 1914, foi introduzida no Rio Grande do Sul para testes. A partir de 1924, em plantios comerciais, a soja apresentou adaptação.

Até o fim da década de 1970, os plantios comerciais de soja no mundo restringiam-se a regiões de climas temperados e subtropicais. O produtor brasileiro tinha que usar cultivares importadas dos Estados Unidos, que eram adaptadas apenas para a região Sul. Com as pesquisas da Embrapa, foram desenvolvidas variedades adaptadas às condições tropicais com baixas latitudes, permitindo o cultivo da oleaginosa em todo o território brasileiro.

Na safra 2024/25, o Brasil produziu aproximadamente 167 milhões de toneladas de soja, segundo a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), liderando a produção mundial do grão, seguido por Estados Unidos e Argentina.