Fórum internacional
Aprosoja MT aponta Moratória da Soja como risco à segurança alimentar internacional
Presidente da associação defende que a medida pode restringir a oferta global e comprometer o abastecimento de alimentos
Rural | 03 de Julho de 2025 as 13h 21min
Fonte: Canal Rural

Nesta quarta-feira (02), o presidente da Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja MT), Lucas Costa Beber, participou do XIII Fórum de Lisboa, evento que neste ano trouxe como tema central “O Mundo em Transformação – Direito, Democracia e Sustentabilidade na Era Inteligente”. O assunto em destaque foi o acordo Moratória da Soja.
O presidente da entidade foi um dos palestrantes do painel “Agronegócio e Segurança Alimentar Global: Desafios para a Cooperação”, ao lado do governador de Mato Grosso, Mauro Mendes; da deputada estadual de MT, Janaína Riva; e do professor da UERJ, Marco Marrafon; com moderação do mestre e doutor em Direito, Sidney Pereira de Souza Junior. Em sua fala, o presidente da Aprosoja MT destacou os impactos diretos da Moratória da Soja sobre o setor produtivo e a segurança alimentar global. “O tema aqui foi segurança alimentar e coloquei justamente que a moratória da soja prejudica a segurança alimentar.”
O impacto da Moratória da Soja em MT
Lucas Costa Beber apresentou dados que mostram o crescimento da produção agrícola em Mato Grosso nos últimos anos, mesmo com restrições impostas por grandes empresas compradoras. De 2019 para cá, a área de soja passou de 9,6 milhões para 13 milhões de hectares, e a de milho, de 4,5 para 7,2 milhões. A previsão para este ano é de 51 milhões de toneladas de milho e 50 milhões de soja, com expectativas de ultrapassar 80 milhões e 54 milhões, respectivamente, na próxima década.
Ele destacou o impacto da moratória da soja no estado, que afeta mais de 2,7 milhões de hectares em 85 municípios e retira cerca de R$ 20 bilhões da economia local. A medida é rejeitada por 127 câmaras de vereadores e mais de 100 prefeituras.
A Aprosoja MT atua judicialmente contra a moratória, com ações no Cade e na Justiça, já pleiteando R$ 1,1 bilhão por danos morais, além de ressarcimento por prejuízos materiais acumulados em mais de 20 anos.
Além dos prejuízos econômicos, Lucas alertou para os efeitos sociais da moratória, que aprofunda desigualdades regionais e ignora o rigoroso Código Florestal Brasileiro. Ele reforçou que produtores respeitam a legislação ambiental, sofrendo sanções quando desrespeitam.
O presidente criticou a moratória como incoerente e hipocrisia, destacando que Mato Grosso preserva 64% de seu território, contra menos de 20% dos EUA, apesar da maior área de produção americana.
O governador Mauro Mendes ressaltou a importância de Mato Grosso para a paz mundial, por garantir segurança alimentar preservando mais de 60% do estado. Segundo ele, a disputa por alimentos historicamente movimenta conflitos, e o Brasil tem papel fundamental nesse contexto.
Ao final, Lucas reforçou que o Brasil alimenta mais de um bilhão de pessoas e que a moratória é um obstáculo à segurança alimentar global. Ele sugeriu que empresas do mercado comprador adotem protocolos de segregação e rastreabilidade, em vez de restringir a produção.
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