Vereadores que não se reelegeram comentam resultado das urnas

Para a maioria, renovação extrema da Câmara faz parte do processo democrático

O resultado das eleições em Sinop foi cruel com a atual Câmara de vereadores. Dos 15 vereadores eleitos, 10 decidiram disputar a reeleição e destes, apenas 3 alcançaram sucesso. É a maior renovação do poder legislativo municipal dos últimos 16 anos.

Na sessão desta segunda-feira (3), candidatos vitoriosos e derrotados no pleito analisaram o comportamento do eleitorado ao usar da tribuna. O vereador Júlio Dias (DEM), foi um deles. Dias fez 478 votos, bem abaixo das eleições passadas que disputou e do necessário para garantir a reeleição. O vereador disse estar satisfeito por poder ter dado a sua contribuição como vereador e como secretário municipal antes disso. “Agora chega a vez de novos colegas darem sua contribuição pelo município. Sinop estará muito bem representada”, comentou Dias. Sobre a frustração nos votos, Dias disse que seu erro foi “trabalhar demais e não me preocupar em divulgar o que eu fiz”, declarou.

Carlão Coca-cola (PTB), também usou a tribuna para falar do resultado da eleição. Ele fez 983 votos, menos que na eleição anterior, mas o suficiente para lhe colocar no cargo de 3º suplente na coligação do PMDB, que elegeu 5 vereadores. “O político hoje não tem credibilidade nenhuma. É um momento muito ruim para ser político nesse país”, comentou Carlão. Sobre sua postura após o resultado das urnas, Carlão disse que já dava a sua contribuição para a sociedade e fazia trabalhos sociais antes de ser político e que continuará fazendo estando fora dos cargos eletivos.

Uma peculiaridade nessa eleição foi a candidatura de Mauro Garcia (PMDB). Um dos mais experientes vereadores da atual legislatura, Mauro ocupa o posto mais alto da Câmara, o de presidente. Chegou inclusive a ser contado para ser o vice-prefeito na chapa encabeçada por Rosana Martinelli (PR). Era apontado como um dos candidatos que seria mais bem votado. E de fato foi. Mas acabou não se reelegendo por causa do quociente eleitoral.

Mauro fez 1.358 na eleição de 2016, sendo o décimo candidato mais votado. Foram apenas 366 votos a menos que na eleição de 2012. Se tivesse feito 19 votos a mais, teria ocupado a vaga de Lindomar Guida (PMDB). “Fui muito bem votado, o que mostra que o trabalho foi reconhecido pela população. Trabalhamos bastante na campanha, visitando casa por casa. O que aconteceu é que os outros candidatos do partido tiveram um desempenho melhor. Parabéns para eles”, comentou Mauro.

Mesmo sendo o 10º mais votado, Mauro não foi eleito devido ao quociente eleitoral. As vagas da Câmara de vereadores são distribuídas de acordo com o número de votos que cada coligação obteve. Nessa eleição, Sinop teve 60.817 votos válidos. Dividindo esse número por 15 vagas de vereador, significa que a cada 4.054 votos a coligação ganha uma cadeira. Assume o mais bem votado daquele grupo. Por isso que Leonardo Visera (PP), com 766 votos foi eleito e Mauro com quase 600 votos a mais não.

A composição da nova Câmara conta com 5 vereadores do PMDB, 4 vereadores do PSDB, 4 vereadores do PR, um vereador do PDT e um do PP. Entre grupos, são 9 vereadores do grupo da Rosana, 4 do grupo encabeçado por Roberto Dorner (PSD) e 2 do grupo de Dalton Martini (PP).