Soltando os bichos
Se tem rato na Câmara, ele precisa ir para ratoeira
Na tribuna, vereador tira rato do bolso para dizer que investigações precisam ir a fundo
Política | 04 de Abril de 2017 as 17h 02min
Fonte: Jamerson Miléski

Rei dos bordões na tribuna, o vereador Toni Lenon (PMDB), protagonizou uma cena até então inédita na Câmara de Sinop, que promete entrar para os registros dos episódios mais inusitados já registrados no Legislativo Municipal. Durante o pequeno expediente – espaço destinado às breves comunicações de cada vereador – Toni sacou um rato do bolso de seu paletó e o balançou em tribuna dizendo: “Se tem rato nessa Casa de Leis, ele precisa ir para ratoeira”.
A cena teatral foi precedida de comentários serenos, do vereador ponderando que a Câmara de Sinop não pode ser manchada e ter seu nome exposto, comprometendo a credibilidade da instituição, em função de denúncias feitas contra os vereadores. Toni pediu para que o Ministério Público investigue a fundo às denúncias reportadas na imprensa durante a última semana, que ascenderam a suspeita de cobrança de “mensalões e mensalinhos” na Câmara de Sinop. Para fechar o ato, no minuto final, Toni pegou o rato de plástico e soltou o bordão: “se tiver rato aqui, ele tem que aparecer”.
O discurso de Toni, em alto tom, tinha endereço certo. Aliás, a fala foi dirigida ao colega de Câmara, Fernando Brandão (PR), que estava ao seu lado na tribuna, a uma distância de um aperto de mão. Toni não falou o nome do vereador, mas reportou o caso noticiado pela imprensa. Brandão tem sido acusado de cobrar de funcionários lotados em seu gabinete (e por ele indicados), parte do salário que recebem. Uma espécie de “Mensalinho” em que o servidor contratado passa uma comissão do seu rendimento mensal para o vereador que o indica.
Para Toni, fazer vistas grossas e ignorar a denúncia é “jogar o nome da Câmara no ralo”, estendendo a dúvida sobre todos os veadores de Sinop.
Brandão não revidou ao discurso. Os demais vereadores não remendaram o discurso folclórico de Toni. O GC Notícias perguntou ao corregedor da Câmara, Luciano Chitolina (PSDB), se levar um rato para tribuna configura quebra de decoro com os demais colegas. “É algo estranho, inusitado. A gente sabe que esse é o jeito dele trabalhar. Cada vereador tem a sua maneira”, comentou Chitolina.
Essa é a segunda passagem de Toni pela Câmara de Sinop. Na legislatura anterior, ele foi eleito suplente e assumiu o cargo por 30 dias, durante o afastamento dos titulares.
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