Operação Rêmora
Leitão ficava com parte da propina do esquema criminoso instalado na Educação
Delator disse que o ex-secretário ficava com 25% da grana, que era enviada para Sinop
Política | 30 de Maio de 2017 as 16h 29min
Fonte: Jamerson Miléski

O esquema de propinas instalado na secretaria de Educação de Mato Grosso no governo Pedro Taques (PSDB), tinha como principais favorecidos o deputado estadual Guilherme Malouf, seu primo o empresário Alan Malouf e o ex-secretário da pasta, Permínio Pinto que juntos ficavam com 75% do valor cobrado para que empresas ganhassem contratos com a secretaria de Educação. Esse foi o teor do depoimento prestado pelo empresário Giovani Guizardi, nessa terça-feira, à juíza Selma Arruda, da 7ª Vara Criminal de Cuiabá, na audiência de instrução da terceira fase da Operação Rêmora, denominada Grão Vizir. Guizardi assinou um contrato de delação premiada, se comprometendo a entregar informações e provas do esquema criminoso instalado na Educação de Mato Grosso, em troca de redução de pena.
Guizardi, dono da Dínamo Construtora, revelou à Justiça que Alan Malouf era a parte mais interessada no êxito do esquema de corrupção, que consistia em cobrar propina às empreiteiras que prestavam serviços em obras de reformas e construção de unidades escolares. O dinheiro desviado seria para recompensar Malouf pelos R$ 10 milhões que supostamente teria investido na campanha eleitoral do governador Pedro Taques (PSDB).
O delator disse que Alan, Guilherme e Permínio recebiam 25% cada das propinas arrecadadas. O empresário ficava com 10%, enquanto outros dois servidores da Seduc recebiam 5%. Os outros 5% eram para cobrir os custos operacionais, como celulares descartáveis que precisavam ser trocados toda semana.
Guizardi disse que arrecadou R$ 1,2 milhão em propinas, mas que não tinha qualquer controle sobre o montante levantado pelo ex-secretário de Educação, que segundo ele, recebeu propina por fora do esquema. O delator disse que Permínio era o representante do grupo capitaneado pelo deputado Federal Nilson Leitão (PSDB), parte ativa no esquema. O dinheiro eu passava para o Alan Malouf que repassava para o Guilherme. Assim como fiquei sabendo que todo o dinheiro repassado ao Perminio era enviado para Sinop para Nilson Leitão declarou na audiência de instrução.
Guizardi explicou que herdou um sistema de corrupção na Seduc que era comandado pelo empresário Ricardo Sguarezi durante a gestão anterior. Ele disse que apresentou o empresário Alan Malouf para o então secretário de Educação, Permínio Pinto, no início de 2015. Na época, os três comentaram sobre projetos de reforma de escolas. Em seguida, o trio procurou o ex-servidor Vander Luiz Fernandes, que informou que já existia um esquema de propina nos contratos de obras da Seduc, que desviava 5% do valor contratado. Alan Malouf ligou para o então presidente da Asembleia Legislativa, deputado estadual Guilherme Maluf (PSDB) para marcar com Wander encontrar Guizardi na Seduc. Nesse momento, o esquema criminoso teria sido reeditado.
Empresário não aguentou
Depois de Guizardi, foi a vez do empresário Luiz Fernando Rondon, da Construtora Luma, prestar depoimento. Ele também assinou o acordo de delação. Rondon declarou a justiça que foi abordado por outros empresários para participar de uma reunião para definir obras na Seduc. Ele assumiu que pagou uma vez propina para Giovani Guizardi, mas depois não deu sequência. Ele me pediu 5% sobre meus recebimentos e eu disse que não tinha como pagar. Daí, ele abaixou para 3% e eu voltei a dizer que não conseguiria honrar, confessou.
O empresário disse que nunca soube do envolvimento do empresário Alan Malouf no esquema.
A operação Rêmora
Deflagrada em maio de 2016 pelo Gaeco (Grupo de Atuação e Combate ao Crime Organizado- Ministério Público Estadual), a operação Rêmora investiga fraudes em licitações e contratos administrativos de construções e reformas de escolas na Secretaria de Educação de Mato Grosso. As irregularidades nos processos licitatórios teriam começado a ocorrer em outubro de 2015 e envolveram pelo menos 23 obras de reforma e construção de escolas públicas que totalizam mais de R$ 56 milhões.
Os funcionários públicos recebiam informações privilegiadas sobre as licitações e organizavam reuniões com empreiteiros para fraudar a livre concorrência do processo licitatório. Assim, as obras eram distribuídas para 23 empresas. Os servidores públicos também tinham acesso e controle sobre os recebimentos dos empreiteiros, a fim de garantir a propina. Os empresários da construção civil evitavam a competição entre as empresas, a fim de que todas pudessem ser beneficiadas no esquema, afirma o Gaeco.
Obras suspensas
Com a operação, o Governo do Estado sus
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