Investigação
Mãe é linchada no Acre após boatos de ter matado sua filha; criança segue desaparecida
Polícia | 26 de Março de 2025 as 23h 31min
Fonte: Redação G1

A Polícia Civil do Acre inseriu dados da pequena Cristina Maria, de 3 meses, na plataforma Amber Alert, do Ministério da Justiça e Segurança Pública. Cristina é a filha sumida de Yara Paulino da Silva, de 28 anos, espancada até a morte na última segunda-feira (24) no Conjunto Habitacional Cidade do Povo, em Rio Branco.
No anúncio sobre o desaparecimento da menina, a polícia a descreve como branca, de olhos castanhos, cabelos lisos e castanhos. O alerta também informa que a bebê foi vista pela última vez no dia 15 de março.
O serviço, que é uma parceria entre o Ministério da Justiça e Segurança e a plataforma Meta, busca fazer as informações alcançarem o maior número possível de pessoas que possam contribuir com relatos à polícia.
Yara foi assassinada por membros de uma facção criminosa após boatos de que ela tinha matado a bebê e jogado o corpo em uma área de mata. Moradores encontraram uma ossada dentro de um saco de ração no matagal e acreditavam ser da bebê. A perícia comprovou que os restos mortais são, na verdade, de um animal, possivelmente um cachorro.
A polícia confirmou também que Cristina Maria não possui registro de nascimento, e que o serviço foi negado em um cartório por conta de erros nos documentos dos pais. O casal não voltou a buscar o registro.
O ex-marido de Yara disse à polícia que a filha está desaparecida há cerca de três semanas. A polícia também apurou que a vítima apontava o ex-companheiro como possível responsável pelo desaparecimento da criança.
Porém, nem o pai e nem a mãe chegaram a buscar uma delegacia para registrar o desaparecimento da bebê.
Vítima tinha mais dois filhos
Yara Paulino tinha outros dois filhos, além da bebê desaparecida, que estão sob cuidados de uma tia, abrigada no Parque de Exposições Wildy Viana por conta da cheia do Rio Acre. A informação foi divulgada pelo Ministério Público do Acre (MP-AC), que acompanha o caso.
Ainda conforme o MP, as crianças presenciaram o crime e ficaram muito abaladas emocionalmente. A família está sendo atendida por psicólogos e assistentes sociais do Centro de Atendimento à Vítima (CAV) e do Núcleo de Atendimento Psicossocial (Natera)."Estavam bastante abaladas, se agarraram às psicólogas, às assistentes sociais, foram acalmadas naquele momento. Demorou um pouco para poderem se estabilizar e terem um atendimento humanizado, foram ouvidas pela psicóloga, pela assistente social, tiveram a confiança, puderam ficar até que a tia providenciasse todo o velório", acrescentou o promotor Thalles Ferreira.
Além disso, segundo o MP, as equipes também estão cumprindo os trâmites para o registro civil de uma das crianças, que ainda não tem a documentação.
"Tivemos conhecimento no dia de ontem [terça, 25] desses fatos, e que os filhos, que no nosso entendimento são vítimas diretas, porque presenciaram esse crime brutal contra a mãe deles, estavam abrigados no Parque de Exposição, em virtude do fato de a tia de um deles lá se encontrar. O CAV e o Natera, então, se dirigiram até o Parque de Exposições para prestar esse atendimento humanizado, qualificado", explicou.
Vítima de 'disciplina'
Ainda segundo a polícia, a principal linha de investigação é que Yara Paulino foi vítima de "disciplina" por membros de uma facção criminosa por conta da suposta morte da criança, e não de um linchamento de outros moradores.
A equipe também divulgou um contato através do qual testemunhas podem encaminhar informações e possíveis imagens das agressões que tiraram a vida da mulher. Os materiais podem ser enviados através do contato (68) 99912-2964."O que tem até agora seria essa motivação mesmo, que está meio que confirmada, que seria em decorrência da suposta morte da criança, e que seria por meio de facção criminosa. A gente já tem alguns suspeitos, não podemos afirmar que teriam executado a vítima, mas que estariam no local. Por ser uma investigação sigilosa, a gente não pode revelar agora para não atrapalhar no andamento das investigações", acrescentou o delegado Leonardo Ribeiro, da DHPP.
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