Falso advogado é preso por liderar esquema que furtou R$ 300 mil de idosos em Mato Grosso

Arlindo Gomes Leite Neto, de 31 anos, se passava por advogado para aplicar golpes em Cuiabá e Várzea Grande; outros envolvidos também foram presos ou estão foragidos

Arlindo Gomes Leite Neto, de 31 anos, foi preso nesta quinta-feira (24), acusado de chefiar um grupo criminoso responsável por furtar cerca de R$ 300 mil de idosos em Cuiabá e Várzea Grande. A prisão ocorreu durante a primeira fase da Operação Rábula, que também cumpriu mandados de busca, apreensão e bloqueio de bens com o objetivo de ressarcir as vítimas.

Outro suspeito, Everton Rodrigues de Melo, de 39 anos, foi detido na mesma ação. Um terceiro integrante do grupo, identificado como Luã Gomes de Satana San Martins, de 27 anos, está foragido.

Segundo a Delegacia de Roubos e Furtos de Várzea Grande, Arlindo é bacharel em direito, mas se apresentava como advogado previdenciário para enganar as vítimas. Ele utilizava vestimentas formais e linguagem técnica, sempre acompanhado por um cúmplice que se passava por seu motorista. A abordagem ocorria em locais frequentados por idosos, como igrejas, salões de beleza e hospitais.

Após conquistar a confiança das vítimas, o grupo acessava as contas bancárias por meio de aplicativos e contratava empréstimos em nome dos idosos, com valores entre R$ 18 mil e R$ 24 mil, parcelados em até 96 vezes — o que elevava o custo real da dívida devido aos juros.

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Em um dos casos, uma vítima recebeu um carnê de financiamento de uma caminhonete no valor de R$ 278 mil, sem nunca ter feito a compra. Outra idosa teve a conta zerada após o depósito de um benefício, e uma terceira chegou a pagar R$ 10 mil ao falso advogado. Abalada psicologicamente, uma das vítimas desenvolveu síndrome do pânico e depressão, temendo estar sendo vigiada pelos criminosos.

Conforme a polícia, um dos comparsas já tinha condenação por roubo majorado, enquanto o outro soma dez registros criminais, com cinco condenações pelo mesmo tipo de crime e uma por porte ilegal de arma.

Em Sorriso, a 420 km de Cuiabá, outra mulher de 47 anos foi presa dias antes, também por aplicar golpes contra idosos. Ela se passava por advogada previdenciária e oferecia supostos serviços para aumentar o valor da aposentadoria ou recuperar valores perdidos junto ao INSS. Entre as vítimas estão um idoso de 67 anos, que perdeu mais de R$ 15 mil, e outro de 57 anos, que teve empréstimos acima de R$ 50 mil contratados sem consentimento.

A Polícia Civil continua as investigações para capturar o foragido e identificar possíveis novas vítimas do grupo.