Confronto
Confronto entre Polícia Militar e indígenas Guarani-Kaiowá deixa 11 feridos em Caarapó
Entre os feridos está a líder Valdelice Veron
Polícia | 20 de Outubro de 2025 as 06h 30min
Fonte: Power Mix

Pelo menos 11 indígenas Guarani e Kaiowá ficaram feridos após uma intervenção da Polícia Militar de Mato Grosso do Sul (PMMS) na área de retomada da comunidade Guyraroká, localizada em Caarapó, na sexta-feira (18).
Entre as vítimas está Valdelice Veron, reconhecida nacionalmente como uma das principais lideranças da etnia e defensora histórica dos direitos indígenas no estado.
Disparos e feridos
Segundo relatos de integrantes da comunidade, os policiais usaram balas de borracha durante a ação.
Valdelice teria sido atingida no abdômen e no peito, recebendo atendimento no próprio local e apresentando quadro estável.
Outros dez indígenas também sofreram ferimentos leves e foram medicados na comunidade.
“Os policiais chegaram atirando, sem diálogo”, relatou um dos moradores, que pediu para não ser identificado.
De acordo com o Conselho Indigenista Missionário (Cimi), os disparos foram feitos pela Tropa de Choque da PMMS. Vídeos gravados por moradores mostram viaturas se aproximando dos indígenas momentos antes da confusão.
Bloqueio e origem do conflito
A tensão teria começado na quinta-feira (17), quando os Guarani-Kaiowá bloquearam uma estrada vicinal para impedir a passagem de maquinários agrícolas.
Os indígenas afirmam que arrendatários de uma fazenda vizinha têm pulverizado agrotóxicos sobre as moradias e plantações, colocando em risco a saúde da comunidade.
Posicionamento da Polícia Militar
Em nota oficial, a PMMS afirmou que a operação — batizada de Campo Seguro — teve como objetivo “restaurar a ordem pública e garantir a segurança da região”.
“Durante a operação, os indígenas investiram contra as guarnições, danificando viaturas. Para preservar a integridade de todos, foram utilizados meios não letais, como agentes químicos e elastômeros”, informou a corporação.
A PM também afirmou ter apreendido duas armas de fogo com integrantes do grupo.
A instituição reforçou o compromisso com a legalidade, a segurança pública e o uso proporcional da força.
Reação do Ministério dos Povos Indígenas
O Ministério dos Povos Indígenas (MPI) informou, por meio do Departamento de Mediação e Conciliação de Conflitos Fundiários (Demed) e da Funai, que acompanha o caso e mantém contato com as lideranças locais.
“O MPI repudia qualquer ato de violência contra os povos indígenas e está acionando os órgãos competentes para garantir a segurança das comunidades afetadas”, diz a nota.
Retomada e disputa judicial
Os indígenas da comunidade Guyraroká voltaram a ocupar parte da fazenda Ipuitã em setembro de 2025, reivindicando o fim da pulverização de agrotóxicos e a demarcação definitiva das terras tradicionais.
O território é alvo de disputa desde 1999. Embora tenha sido reconhecido como terra indígena pela União em 2009, a decisão foi revogada em 2016 e o processo ainda tramita no Supremo Tribunal Federal (STF).
Atualmente, cerca de 200 indígenas vivem em apenas 50 hectares, mesmo com um relatório da Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH) apontando que a área reconhecida oficialmente possui 11 mil hectares.
Proteção internacional
Em 2019, a CIDH, ligada à Organização dos Estados Americanos (OEA), concedeu uma medida cautelar exigindo que o Estado brasileiro adotasse medidas para proteger a vida e a integridade física dos Guarani e Kaiowá de Guyraroká.
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