Caso repercutido
Tentativa de homicídio, ameaça e estelionato: saiba como era ficha criminal de homens que saíram de SP e foram mortos ao cobrar dívida no PR
Robishley Hirnani de Oliveira, Rafael Juliano Marascalchi, Diego Henrique Afonso e Alencar Gonçalves de Souza ficaram 44 dias desaparecidos e foram encontrados enterrados em vala, a 650 metros do ponto em que o carro deles foi encontrado em um bunker
Geral | 05 de Novembro de 2025 as 19h 51min
Fonte: Redação g1

A Polícia Civil (PC-PR) divulgou na tarde de terça-feira (4) a ficha criminal de três dos quatro homens que foram assassinados ao cobrar uma dívida em Icaraíma, no noroeste do Paraná. Confira abaixo.
Robishley Hirnani de Oliveira, Rafael Juliano Marascalchi, Diego Henrique Afonso saíram de São José do Rio Preto (SP) e encontraram Alencar Gonçalves de Souza - que os contratou para a cobrança - na cidade do noroeste do Paraná. Os quatro foram vistos pela última vez no dia 5 de agosto e ficaram 44 dias desaparecidos, até os corpos serem encontrados na zona rural da cidade.
Os principais suspeito de assassiná-los são Antonio Buscariollo, de 66 anos, e o filho dele, Paulo Ricardo Costa Buscariollo, de 22. Ambos estão foragidos. A defesa dos dois nega que eles tenham participação no crime.
O crime completou três meses nesta quarta-feira (5). Relembre abaixo.
Segundo a polícia, Robishley, Rafael e Diego respondiam a diversos crimes, como tentativa de homicídio, ameaça e estelionato. Em contrapartida, Alencar não possuía antecedentes criminais.
Veja abaixo ficha criminal dos três homens:
Diego Henrique Affonso
- 2024: ameaça contra esposa, no âmbito da violência doméstica (Lei Maria da Penha), estelionato;
- 2023: estelionato, ameaça, redução a condição análoga à de escravo;
- 2022: ameaça, estelionato;
- 2021: estelionato, difamação, ameaça, injúria;
- 2019: apropriação indébita;
- 2018: ameaça.
Segundo a Polícia Civil, Diego não chegou a ser preso, apenas houve os registros contra ele.
Rafael Juliano Marascalchi
- 2025: ameaça;
- 2023: exercício arbitrário das próprias razões - fazer justiça com as próprias mãos;
- 2022: exercício arbitrário das próprias razões - fazer justiça com as próprias mãos;
- 2018: ameaça;
- 2017: ameaça contra a esposa, no âmbito da violência doméstica e familiar.
- 2014: ameaça;
- 2008: tráfico de drogas e associação para o tráfico de drogas;
- 2007: tráfico de drogas;
- 2005: tentativa de homicídio.
Segundo a Polícia Civil, ele foi preso em 2005, 2007, 2008 e 2010.
Robishley Hirnani de Oliveira
- 2018: dano, estelionato, ameaça;
- 2017: estelionato;
- 2016: ameaça, exercício arbitrário das próprias razões, ameaça contra esposa no âmbito da violência doméstica, lesão culposa no trânsito e fuga do local do acidente, estelionato;
- 2015: estelionato;
- 2014: embriaguez ao volante, estelionato, ameaça;
- 2013: ameaça contra esposa no âmbito da violência doméstica; crime ambiental contra flora;
- 2003: furto qualificado;
Segundo a Polícia Civil, ele foi preso em 2022.
Dos foragidos, somente Antonio Buscariollo possui uma passagem por porte de arma em 2018. O filho dele, Paulo Ricardo, não tem antecedentes criminais.
Em entrevista à RPC, afiliada da TV Globo no Paraná, a advogada que representa a família de Diogo, Rafael e Robishley, Josiane Monteiro, disse que
Segundo a Polícia Civil, ainda não há previsão de quando a investigação do caso será concluída. A expectativa é de que a análise das provas e informações coletadas ainda durem alguns meses.
"Há um volume de dados muito grande sendo analisado. A quantidade de dados obtida foi tão robusta que foi necessário montar uma força tarefa para sua análise. O Departamento da Polícia Civil disponibilizou dois agentes de polícia judiciária, analistas de dados, para se somar aos agentes do Grupo de Diligências Especiais de Umuarama e realizar o trabalho. Além de equipes de campo, há um outro grupo de agentes dedicados apenas a essas análises, de modo a imprimir maior celeridade ao caso", informou a polícia.
As investigações sobre o caso estão sob sigilo.
Da esqureda para a direita, Afonso, Robishley, Rafael e Alencar. — Foto: Reprodução
Continue nesta reportagem:
- Relembre o caso
- Quem são os suspeitos?
- Qual era a dívida a ser cobrada?
- Onde corpos e carro das vitimas foram encontrados?
- O que diz a defesa dos suspeitos?
Relembre o caso
Robishley Hirnani de Oliveira, Rafael Juliano Marascalchi, Diego Henrique Afonso viajaram no dia 4 de agosto, de São José do Rio Preto, em São Paulo, para cobrar uma dívida em Icaraíma, no Paraná.
A investigação da polícia apurou que eles foram contratados por Alencar Gonçalves de Souza, que se juntou ao grupo quando todos chegaram à cidade.
A polícia acredita que eles foram, ainda no dia 4 de agosto, até o distrito de Vila Rica do Ivaí para cobrar o devedor. Depois desse primeiro contato, eles combinaram voltar no dia seguinte.
No dia 5 de agosto, os quatro foram gravados por câmeras de segurança conversando no balcão de uma panificadora de Icaraíma, por volta das 10h. Eles deixaram de responder as famílias por volta das 12h.
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Vitimas foram vistas pela última vez em uma padaria em Icaraíma. — Foto: Polícia Civil (PC-PR)
O registro da câmera do comércio é o último registro dos homens com vida divulgado.
No dia 6 de agosto, a esposa de Robishley procurou a polícia do estado de São Paulo para relatar o desaparecimento do marido e dos dois amigos que viajaram com ele.
Quem são os suspeitos?
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Pai e filho são considerado foragidos pelo desaparecimento de quatro homens — Foto: PCPR
No dia 6 de agosto, a polícia foi até a propriedade que os quatro haviam visitado no distrito de Vila Rica do Ivaí para a cobrança da dívida.
No local, Antonio Buscariollo e Paulo Ricardo Costa Buscariollo receberam a equipe e foram levados à delegacia.
“Eles [Antonio e Paulo] confirmaram que havia um negócio envolvendo a compra e venda de uma propriedade rural entre Alencar e dois parentes deles, mas disseram que não tinham relação direta com a dívida”, explicou o delegado Gabriel Menezes.
Depois de prestar depoimento e serem liberados, pai e filho deixaram a propriedade e não foram mais vistos. Mandados de prisão temporária foram expedidos contra eles.
Além disso, todos os familiares que moravam com eles desapareceram. Eles também são investigados, porém, os nomes não foram divulgados.
Com o avanço da investigação, foi estabelecida a suspeita de que os dois tenham participado de uma emboscada no momento em que os quatro homens foram fazer a cobrança.
Qual era a dívida a ser cobrada?
Delegado fala sobre dívida que motivou cobrança de homens que estão desaparecidos no PR
Conforme a polícia, a família de Antonio e Paulo comprou uma propriedade rural de Alencar por R$ 255 mil.
O delegado Gabriel Menezes informou que Alencar, que é morador de Icaraíma, vendeu a propriedade para a família e dividiu o pagamento em dez notas promissórias de R$ 25 mil cada.
Contudo, nenhuma parcela deste valor foi paga, e esta seria a cobrança que Robishley, Rafael e Diego foram contratados para fazer.
O delegado também disse que familiares dos desaparecidos informaram que os três homens trabalham com cobrança de dívidas há cerca de 13 anos.
Anteriormente, a esposa de uma das vítimas declarou no registro do boletim de ocorrência do desaparecimento que o valor da dívida seria de R$ 1 milhão. Outras pessoas ouvidas pelas autoridades disseram que o valor real seria de R$ 100 mil. Entretanto, somente o valor de R$ 255 mil foi confirmado durante a investigação.
Onde corpos e carro das vítimas foram encontrados?
Corpos estavam a cerca de 500 metros de distância do local onde estava a picape enterrada. — Foto: PC-PR
Os corpos dos quatro homens foram encontrados na noite do dia 18 de setembro.
Segundo o secretário de segurança pública, Hudson Leôncio Teixeira, eles com marcas de tiros e a 650 metros de onde o carro deles foi achado escondido em um bunker. Os pertences das vítimas – como celular e mochila – foram encontrados enterrados no mesmo lugar em que os corpos estavam.
"A área é arenosa e úmida e os corpos estavam bem preservados, o que deu uma possibilidade de identificação visual de momento", disse o secretário.
O secretário confirmou que o local fica dentro de uma área privada. O proprietário, de acordo com Teixeira, não é investigado e esteve em contato com as autoridades.
As declarações de óbito referentes aos corpos dos quatro homens indicaram que as vítimas sofreram politraumatismo, traumatismo craniano e ferimentos por arma de fogo. Os documentos foram assinados por um médico legista da Polícia Científica do Paraná.
De acordo com o delegado Thiago Andrade, responsável pela investigação do caso, essas declarações são dadas aos familiares para os trâmites de liberação e sepultamento dos corpos, bem como a confecção dos atestados de óbito. Segundo ele, esses documentos não fazem parte do processo criminal e não possuem validade na investigação, que ainda aguarda os laudos necroscópicos realizados pela Polícia Científica.
A picape das vítimas foi encontrada após o pai de uma delas receber uma carta anônima com a localização do carro. Um informante também ajudou nas investigações.
O veículo estava coberto por uma lona dentro de um bunker, com marcas de sangue e tiros.
Durante as buscas pelas vítimas na região, duas munições de calibre 9 milímetros foram encontradas na propriedade vendida por uma das vítimas para os suspeitos, localizada próximo de onde o carro dos desaparecidos foi encontrado.
Defesa dos suspeitos nega o crime
Por meio de nota, na época em que os corpos foram encontrados, o advogado Renan Farah afirmou que os Buscariollo não são responsáveis pelo crime. De acordo com ele, a localização dos corpos das vítimas reforça que não foram eles que assassinaram as vítimas.
"A localização dos corpos, em propriedade de pessoa que não tem qualquer relacionamento com a família Buscariollo, reforça a nossa defesa de negativa de autoria, ou seja, que não tiveram qualquer participação com esses homicídios. E mais, os corpos serão importantes instrumentos para identificação dos verdadeiros culpados pelas mortes", diz a nota.
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