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Boa noite, Domingo 25 de Maio de 2025

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17 horas de corridas

Mãe vence ultramaratona de 100 km enquanto amamentava seu bebê de 6 meses

A australiana Stephanie Case terminou em primeiro lugar após quase 17 horas de corrida

Geral | 26 de Maio de 2025 as 07h 07min
Fonte: Revista crescer

Foto: Divulgação

Completar uma ultramaratona de 100 quilômetros é difícil. Vencer é ainda mais. Mas, a australiana Stephanie Case, 42, provou que nada é impossível e ganhou a corrida no último fim de semana, 17 e 18 de maio, apenas seis meses após dar à luz -- e ainda amamentou sua filha, Pepper, durante o trajeto. Ela fez tudo isso mesmo começando 30 minutos depois dos outros participantes, por não ter classificação no índice de UTMB, um sistema que avalia o desempenho de corredores.

Stephanie, uma advogada de direitos humanos das Nações Unidas, perdeu sua classificação na corrida de trilha após três anos sem competir, enquanto estava em meio a uma jornada de fertilidade. Após sofrer abortos espontâneos recorrentes e múltiplas tentativas frustradas de fertilização in vitro, em novembro ela deu à luz sua filha Pepper, incentivando outras mães a "se comprometerem com grandes feitos" após passar por seu maior desafio até então.

Por isso, ela decidiu que queria participar da Ultra-Trail Snowdonia’s 100K, no Reino Unido, uma ultramaratona de 100 km. Poucos meses depois, Case fez o impossível. Ela largou 30 minutos depois dos competidores de "elite" e disse que não ter expectativas de chegar ao pódio lhe deu a liberdade de correr sua própria corrida.

Mas ela não estava sozinha nas montanhas. O seu parceiro John Roberts a encontrou em vários postos de atendimento e reabastecimento com Pepper. Enquanto a mãe recuperava as energias e se alimentava, ainda aproveitava para amamentar a filha. "Embora tenha ficado triste por deixar a pequena Pepper nos postos de atendimento, eu queria mostrar a ela — a nós duas — o quão incríveis as mães corredoras podem ser", disse a canadense ao Australia Broadcasting Corporation.

'Tenho sorte de estar fisicamente bem após o parto'

Quase 17 horas depois de começar a sua maior ultramaratona, Stephanie cruzou a linha e teve a surpresa de sua vida. Seu tempo de 16 horas, 53 minutos e 22 segundos fez dela a mulher mais rápida entre todos os participantes, terminando quatro minutos à frente da segunda colocada, a britânica Lauren Graham.

Vale destacar que a mãe trabalhou com a treinadora Megan Roche, especialista em ciência de atletas femininas na Universidade de Stanford, para garantir que fosse seguro e saudável para ela competir logo após dar à luz e durante a amamentação.

A advogada também reconheceu que seus esforços, "embora inspiradores para alguns, podem ser realmente desmotivadores para outros". Stephanie encorajou outras mães a ignorar as muitas vozes que lhes dizem o que devem ou não fazer no pós-parto e a ouvir os especialistas e seus corpos. "Tenho sorte de estar fisicamente bem após o parto (embora tenha exigido muito trabalho do assoalho pélvico!). Outras não têm tanta sorte", disse ela.

Ela confessou que o final da corrida foi muito desafiador. "E sejamos realistas, comecei a ter ânsias de vômito, perdi todo o controle da bexiga depois de 95 km. Não há 'retorno' após o parto. Há apenas a próxima fase. E seja qual for a situação, seja dentro ou fora da trilha, será o ideal para você", explicou.

'Eu nem sabia que tinha vencido até cruzar a linha de chegada'

Compartilhando um carrossel no Instagram de sua jornada na maratona pós-parto, Stephanie refletiu sobre seu triunfo. "Bem, isso foi uma surpresa. Comecei a Ultratrail Snowdonia 100km no último fim de semana [17 e 18 de maio] sem expectativas, estando a apenas seis meses de ter a pequena Pepper e três anos depois da minha última corrida devido a abortos recorrentes e falhas na fertilização in vitro", escreveu ela.

A mãe explicou que a corrida deveria ser apenas um aquecimento para a Hardrock Endurance Run, uma ultramaratona de 165 km de extensão, que acontecerá em julho no Colorado, Estados Unidos. "Meus objetivos eram me divertir e garantir que Pepper fosse alimentada nos postos de atendimento. Como não tenho mais um índice UTMB [sistema que avalia o desempenho de corredores], comecei no último grupo, 30 minutos depois. Claro, eu tinha centenas de corredores na minha frente, mas eu podia ir no meu próprio ritmo, ignorando completamente a minha classificação", continuou.

Case descreveu a maratona como sendo "como andar de bicicleta - cada quilômetro que passava me lembrava que eu não havia perdido nada nos últimos três anos". "Eu nem sabia que tinha vencido até cruzar a linha de chegada. Estar 30 minutos atrás significava que os organizadores da corrida precisavam verificar o tempo do chip. 'Eu ganhei?' Acho que repeti isso dez vezes", disse ela. Case finalizou com um conselho para outras mães: "Nunca tenham medo de continuar estabelecendo grandes metas para si mesmas".