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Pesquisa

Mato Grosso terá 75% de vacinados somente no final de 2022

Segundo a UFMT, se o objetivo for ter toda a população do estado vacinada ainda em 2021, a média de doses semanais deve ser ampliada para 115 mil

Educação | 25 de Junho de 2021 as 09h 07min

Projeto de pesquisadores da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) divulgaram uma nota técnica sobre a vacinação contra covid-19 em Mato Grosso e alertaram sobre a lentidão do processo e a necessidade de manutenção das medidas não farmacológicas de prevenção da doença. O material foi desenvolvido com rigor científico, utilizando dados oficiais e metodologia estatística testada e comprovada.

Atualmente, a média de doses aplicadas por semana em Mato Grosso é de pouco mais do que 31 mil. Segundo os pesquisadores, neste ritmo, para atingir a meta de vacinar 75% da população com as duas doses, de forma a controlar efetivamente o contágio pela doença, o estado ainda estaria vacinando no final de novembro de 2022.

Com um incremento neste processo, aumentando a média de doses aplicadas para 56 mil, a mesma meta poderia ser alcançada ainda em maio de 2022. Entretanto, se o objetivo for ter toda a população do estado vacinada ainda em 2021, a média de doses semanais deve ser ampliada para 115 mil.

"Apresentamos diferentes cenários de cobertura vacinal e, nessas estimativas, num cenário pior, que considera que o ritmo de vacinação continuará o mesmo, a população só estará completamente vacinada no final de 2022. Gostaríamos muito de estar errados, mas para isso é importante que as autoridades tomem medidas que mudem o andamento deste cenário", afirma a professora Lígia Regina de Oliveira, uma das pesquisadoras do grupo.

Outro aspecto levantado pela nota técnica é a importância de manter as medidas não farmacológicas de prevenção da doença, como o distanciamento físico, higienização e o uso de máscaras, e a adoção de medidas mais rigorosas de restrição de circulação.

De acordo com a projeção, se mantido um ritmo de vacinação baixo, sem qualquer outro cuidado para evitar a transmissão da doença, a redução do número de casos alcançaria apenas 8%. Por outro lado, com a adoção de medidas que previnam a transmissão da doença, a redução no número de casos poderia ser de até 28%, mesmo com o ritmo baixo de vacinação, e até 31% com um ritmo mais acelerado.

"Nossa primeira análise indica que a redução da mortalidade no grupo com mais de 70 anos já pode ser resultado da vacinação, considerando os vários estudos que apontam para a efetividade das vacinas na redução de casos graves e óbitos. Entretanto, a vacinação e as medidas de contenção do vírus são estratégias que se complementam e somente se forem efetivas terão efeito sobre o controle da pandemia no estado", afirmou.

A nota, que está disponível para download, também reforça a importância e segurança da vacina. "Salvo a utilização de água potável, as vacinas são o maior avanço da humanidade no combate às doenças, produzindo anticorpos através de uma resposta imunológica induzida sem que o indivíduo contraia a doença em questão"

No decorrer da pandemia, o grupo produziu mais de 80 informes sobre a situação da covid-19 em Cuiabá e Várzea Grande, oito notas técnicas sobre a situação em Mato Grosso, um artigo e dois capítulos de livro com dados. Ele é formado por pesquisadores do Instituto de Saúde Coletiva, do Departamento de Matemática, do Departamento de Geografia e da Faculdade de Estatística da UFMT.