Indústria
Vera terá a primeira usina de etanol de milho do Estado
Empresários de Minas Gerais iniciam a instalação da usina no distrito industrial do município
Economia | 23 de Janeiro de 2015 as 10h 24min
Fonte: Jamerson Miléski

Vera volta a ocupar o posto de cidade pioneira do Norte do Estado. Mais antiga que Sinop, a cidade que ficou por anos estagnada agora terá um importante empreendimento estabelecido em seu território: a primeira usina de álcool produzido a partir do milho instalada no Estado.
Nos Estados Unidos, as usinas de álcool não são mais novidade. Cerca de 80% do etanol combustível consumido pelos americanos vem do milho. No Brasil, franco produtor do cereal, plantas industriais desse tipo ainda não existem em operação. Em setembro de 2014 iniciou a instalação da primeira usina de etanol do país, localizada no município de Chapadão do Sul, no Mato Grosso do Sul. A segunda planta desse tipo a entrar em operação, ao que tudo indica, estará no norte de Mato Grosso.
A prefeitura de Vera destinou 10 hectares do seu distrito industrial, localizado longe do perímetro urbano, próximo a BR-163, para a instalação do complexo industrial. É nesse local que será implantada a usina de milho.
Melhor dizendo “destilaria de milho”, como explica o empresário de Minas Gerais a frente do empreendimento Marcos Cerqueira Filho. Segundo ele, a designação de “usina” refere-se a unidades capazes de produzir álcool e açúcar. “Não é o caso das plantas abastecidas exclusivamente de milho, como a projetada em Vera. A produção será exclusiva de álcool. Por isso o termo correto é destilaria”, explica o empresário.
A área já foi demarcada e a empresa já iniciou a perfuração dos poços. As obras só não iniciaram devido a morosidade para a liberação das licenças ambientais. Segundo Marcos, a previsão é de que até março a documentação seja expedida para que a implantação de fato seja iniciada. “Nossa previsão é para até final de 2015 iniciar a operação”, revela.
A destilaria começa com uma capacidade instalada para processar 71 toneladas de milho por dia – o que em um intervalo de um ano representa 1,3% da produção de milho das lavouras de Sorriso.
A capacidade de produção de etanol da usina será de 24 mil litros por dia. Conforme o empresário mineiro, a venda deve ser toda direcionada para o mercado interno de Mato Grosso, reduzindo assim as despesas com frente. “Já procuramos a região Norte do Estado por ter o milho mais barato do país, o que dá viabilidade em nosso projeto. Vender a produção no mercado interno significa otimizar os resultados”, comentou.
Além do etanol, a destilaria de milho produzirá cerca de 30 a 35% do volume processado em resíduo protéico, utilizado na alimentação animal. Caso haja demanda, o planejamento do empresário é aumentar suas instalações. Mas ele não é o único a perceber que fazer álcool a partir do milho no Mato Grosso pode ser um bom negócio.
Negócio Pipocando!
Em setembro de 2013, a Aprosoja (Associação Brasileira dos Produtores de Soja e Milho), realizou uma sequência de eventos no Norte do Estado, direcionados a produção de etanol a partir do milho. Com presenças ilustres, como do Ministro da Agricultura, Neri Geller, e do senador Blairo Maggi, foram apresentadas as perspectivas de negócios para a geração de combustíveis a partir do cereal.
Não à toa. Mato Grosso produz cerca de 20 milhões de toneladas de milho. O consumo interno é de 3,5 milhões de toneladas. Como é um produto de baixo valor (R$ 12 a saca), o beneficiamento do grão é uma forma de diluir o custo do frete.
Segundo dados da Aprosoja, o processo de produção de etanol de milho transforma 1 tonelada de milho em 220 kg de DDGs (concentrado proteico), 380 a 400 litros de etanol e 18 litros de óleo degomado, produtos estes que dão um faturamento superior a R$ 700 a tonelada, em comparação com R$ 200 faturados com a venda do milho in natura.
Mais do que um desafogo aos produtores, uma usina de álcool é um investimento “cabível”. Embora Marcos Filho não tenha revelado os valores que serão investidos na unidade de Vera, existem informações referentes a usina instalada no Mato Grosso do Sul. Lá foram empregados R$ 35 milhões, em uma planta que tem a capacidade pra processar 10 vezes mais milho que a unidade projetada para o Norte do Estado. Na planta de Chapadão do Sul os investidores prevêm recuperar o investimento em 3 anos.
Segundo o secretário de Industria e Comércio de Sorriso, Rafael Reis, existe um outro grupo de investidores projetando a instalação de uma usina no município. “Está em estágio menos avançado, mas tudo indica que o empreendimento deva se concretizar”, revela o secretario.
As contas explicam o porquê. Para fazer um litro de álcool as destilarias utilizam em média 3 quilos de milho – o que para o mercado corresponde R$ 0,60. Enquanto isso, o etanol nas bombas de MT é vendido a R$ 2,04.
O modelo de produção de combustíveis verdes que eclodiu nos Estados Unidos pode acabar provando uma revolução similar no Norte de Mato Grosso, em que existe uma proibição para o cultivo de cana de açúcar. No lugar dos canaviais de etanol, pinga e açúcar, estarão os pés de milho produzindo combustível e alimentação animal com o resíduo.
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