Taxação dos EUA ameaça exportações de madeira de MT

País está entre os principais destinos da produção no estado, com cerca de 11,8% da exportação total

O setor de base florestal de Mato Grosso está em alerta diante da possibilidade de taxação dos produtos brasileiros pelo governo norte-americano. O presidente do Centro das Indústrias Produtoras e Exportadoras de Madeira do Estado de Mato Grosso (Cipem), Ednei Blasius, defende uma solução diplomática e imediata para evitar prejuízos aos produtores e empresários do setor.

Os Estados Unidos estão entre os principais destinos da madeira produzida no estado. De acordo com dados do Observatório da Indústria, somente nos primeiros meses de 2025, as indústrias mato-grossenses exportaram US$ 8,3 milhões em produtos de madeira para o mercado norte-americano, o que representa 11,8% das exportações totais do setor no estado.

“A taxação imposta pelo ex-presidente Trump e a atual instabilidade nas relações diplomáticas entre Brasil e Estados Unidos já estão gerando impactos concretos. Vários contratos foram cancelados, há produtos paralisados nos portos e indústrias com a produção suspensa. Só hoje, recebi ligações de exportadores de Mato Grosso, Rondônia e Acre relatando prejuízos e incertezas”, afirma Blasius.

O presidente do Cipem alerta para as consequências econômicas da medida, especialmente para os municípios da região norte de Mato Grosso, como Alta Floresta, Sinop, Colniza, Aripuanã, Nova Bandeirantes e Juína, onde o setor de base florestal é um dos principais motores da economia local, responsável pela geração de empregos e receita.

“O nosso setor está sendo atingido em cheio. O jogo de queda de braço entre lideranças políticas não traz resultados. O que precisamos é de uma postura responsável e estratégica por parte do governo brasileiro para restabelecer o diálogo e garantir segurança para os produtores. O setor precisa de estabilidade, não de conflito”, defende Blasius.

O Cipem reforça seu compromisso com a legalidade, a sustentabilidade e o desenvolvimento socioeconômico das regiões florestais do estado, e espera que uma solução seja construída com urgência, evitando danos irreversíveis à cadeia produtiva.