Olá! Utilizamos cookies para oferecer melhor experiência, melhorar o desempenho, analisar como você interage em nosso site e personalizar conteúdo. Ao utilizar este site, você concorda com o uso de cookies.

Boa noite, Sábado 16 de Agosto de 2025

Menu

Dados do indicador

Os 10 produtos exportados pelo Brasil que dependem mais de 80% do mercado dos EUA

Economia | 18 de Agosto de 2025 as 07h 34min
Fonte: Isto é

Foto: Divulgação

Dados do Indicador de Comércio Exterior (Icomex) do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV Ibre) revelam que 10 dos principais produtos exportados pelo Brasil para os Estados Unidos têm mais de 80% de suas vendas externas concentradas no mercado americano.

Como exemplo, 98% das exportações de madeiras coníferas tem como destino o mercado americano. Neste ano, até agora, o Brasil vendeu US$ 189 milhões desse produto aos EUA.

O produto em questão ocupa o topo do ranking, sendo seguido por sebo de bovinos e produtos semimanufaturados de outras ligas de aço.

Vale destacar que, dentro do ranking, aviões e produtos análogos são uma exceção, dado que estão isentos do tarifaço. A categoria em questão representou a maior cifra de exportações pelo Brasil aos EUA de janeiro a julho deste ano, com US$ 654 milhões.

O levantamento do Icomex ainda mostra que o mês de julho registrou o maior aumento em volume das exportações na comparação interanual mensal entre 2024 e 2025, sendo de 6,9% – percentual que supera até a variação das importações que foi de 6,5%.

Todavia, como os preços das exportações recuaram em 1,9% e o das importações aumentaram pelo mesmo percentual, a variação no valor importado foi maior do que a das exportações.

Na comparação interanual do acumulado, a variação em volume foi liderada pela transformação (+5,7%), seguida da extrativa (+1,2%) e com o recuo da agropecuária em 3,0%.

Os especialistas do FGV-Ibre apontam ainda que as projeções para o superávit da balança comercial em 2025 devem ficar ao redor de US$ 62 bilhões, ‘caso não surjam novas surpresas’.

Veja os produtos exportados que mais dependem dos EUA

Madeira de coníferas perfilada
Dependência dos EUA: 98,03%
Valor exportado: US$ 189 milhões (acumulado até julho de 2025)

Sebo de bovinos, ovinos ou caprinos
Dependência dos EUA: 97,34%

Produtos semimanufaturados de outras ligas de aço
Dependência dos EUA: 96,13%

Aviões e outros veículos aéreos (2.000 kg a 15.000 kg)
Dependência dos EUA: 90,96%

Outras portas e soleiras de madeira
Dependência dos EUA: 88,77%

Outros produtos semimanufaturados de ferro ou aço
Dependência dos EUA: 81,08%

Outras pedras de cantaria trabalhadas
Dependência dos EUA: 81,88%

Óleos leves e preparações
Dependência dos EUA: 81,95%

Ferro fundido bruto não ligado
Dependência dos EUA: 88,67%

Transformadores de dielétrico líquido
Dependência dos EUA: 88,00%

Impacto do tarifaço

Dos 30 produtos mais exportados para os EUA, 18 não receberam isenção e estão sujeitos à sobretaxa imposta pelo governo americano. Entre esses, 13,3% têm dependência de 30% ou mais do mercado dos EUA.

A concentração de vendas em um único mercado dificulta a diversificação imediata para outras regiões, especialmente em setores como o siderúrgico, onde as cadeias produtivas são altamente especializadas.

O governo brasileiro anunciou medidas para mitigar os efeitos do tarifaço, incluindo linhas de crédito e apoio a pequenas e médias empresas. No entanto, a reorientação de mercados pode levar tempo, principalmente para os produtos com maior dependência dos EUA.

Os dois maiores setores que sofreram o impacto do tarifaço de Trump são os de carne e o de café. No primeiro, a nova tarifa acumulada é de 74%, e o país foi responsável por comprar 12% do volume embarcado de carne pelo Brasil no 1º semestre de 2025.

Já no café, o Brasil responde por mais de 30% das importações dos EUA, enquanto o país norte-americano representa 16% das exportações brasileiras, de acordo com o Conselho Nacional dos Exportadores de Café (Cecafé). 

O país exportou 50,6 milhões de sacas de 60 kg de café para 120 destinos em 2024, liderado pelos EUA (8,1 milhões), Alemanha (7,6 milhões), Bélgica (4,4 milhões), Itália (3,9 milhões) e Japão (2,2 milhões).

Lista de exceções

Os quatro principais setores que conseguiram ficar de fora da taxação de 50% foram os petrolíferos, laranja, celulose e aviação.

O aço, alumínio e cobre pagam taxa de 50%, mas, segundo o levantamento do Mdic, estão dentro de uma alíquota de 19,5% porque as tarifas foram definidas com base nos argumentos de segurança nacional em fevereiro, com entrada em vigor em março.

A lista de exceções publicada pelo governo dos Estados Unidos na Ordem Executiva de 30 de julho contempla 694 produtos, representando US$ 18,4 bilhões em exportações brasileiras. Veja abaixo:

SH2 Descrição N. produtos Imp. EUA-Brasil
US$ mi – 2024
Total Geral 694 18.399,70
27 Combustíveis 76 8.510,50
88 Aeronaves 22 2.039,90
72 Ferro e aço 9 1.811,70
47 Pastas de madeira (celulose) 16 1.772,90
20 Preparações de frutas 4 990,5
84 Máq. e aparelhos mecânicos 148 574
28 Químicos inorgânicos 6 564,7
85 Máq. e aparelhos elétricos 166 512,6
26 Minérios, escórias e cinzas 3 421
68 Obras de pedra, gesso, cimento 8 415,3
71 Pedras preciosas 2 284,6
98 Operações especiais 6 223,3
44 Madeira e suas obras 1 89,5
90 Equip. de precisão e médico-cirúrgicos 84 76,7
94 Móveis; mobiliário médico cirúrgico 20 23,6
39 Plásticos e suas obras 12 20,9
73 Obras de ferro fundido, ferro ou aço 46 15,8
56 Pastas, feltros e falsos tecidos 1 14,8
40 Borracha e suas obras 13 14,2
29 Produtos químicos orgânicos 4 14,2
83 Obras diversas de metais comuns 11 5,2
8 Frutas 1 1,4
48 Papel e cartão 10 0,9
25 Sal; enxofre 1 0,8
31 Adubos (fertilizantes) 3 0,7
70 Vidro e suas obras 1 0,3
81 Outros metais comuns 1 0
74 Cobre e suas obras 1 0
45 Cortiça e suas obras 1 0
76 Alumínio e suas obras 2 0
80 Estanho e suas obras 1 0
91 Artigos de relojoaria 12 0
96 Obras diversas 2 0