Exportação
Disputa entre China e EUA eleva prêmio da soja em portos brasileiros
Adicional sobre o preço da oleaginosa para exportação já chegou a US$ 0,75 no porto de Santos (SP)
Economia | 17 de Março de 2025 as 14h 59min
Fonte: Globo Rural

As recentes disputas comerciais entre Estados Unidos e China aumentaram a demanda chinesa pela soja do Brasil. Esse quadro elevou os prêmios da oleaginosa para exportação nos portos brasileiros, e, para analistas, esse quadro prosseguirá nos próximos meses.
No momento, os prêmios da soja no porto de Santos (SP) estão positivos em 65 centavos o bushel no caso da soja para abril e em 75 centavos para embarque em maio. Isso reflete a necessidade da China, o maior importador global de soja, de se abastecer, diz Ronaldo Fernandes, analista da Royal Rural.
“A China anunciou mudanças em suas políticas alfandegárias, mas está pagando um preço por essa decisão. A soja demorava de sete a dez dias para chegar às fábricas, mas agora leva até 20 dias”, afirmou. “O mercado local está desabastecido, com estoques de farelo em baixa, e não tem outro comprador para atender essa demanda que não seja o Brasil”.
Segundo ele, a Sinograin , estatal chinesa de armazenamento, está com estoques relativamente confortáveis, mas a nova política alfandegária pode gerar uma corrida por soja entre os compradores chineses. Isso levaria ao consumo de boa parte da reserva local.
O prêmio de exportação é a diferença entre o preço do produto físico em determinada praça e a cotação na bolsa de Chicago. Compõem o valor do prêmio fatores como oferta e demanda no mercado interno, taxa de câmbio e as condições logísticas e portuárias. Variações desses elementos fazem com que o prêmio sobre o valor do produto físico seja positivo (ágio) ou negativo (deságio).
O valor do prêmio de exportação de soja é somado (em caso de ágio) ou subtraído (em caso de deságio) à cotação do contrato futuro antes da conversão de dólares por bushel para reais por saca. Um fator que aumente a demanda pela soja brasileira no exterior, como é o caso das disputas comerciais entre chineses e americanos, eleva os prêmios nos portos. O mercado acompanha diariamente as variações do prêmio porque ele é um dos principais pilares da formação de preço do grão no Brasil.
João Birkhan, presidente da Sin Consult, lembrou que os prêmios da soja no Brasil já estavam positivos antes mesmo da guerra comercial entre americanos e chineses. Mas, após a China anunciar que, em retaliação às sobretaxas americanas, cobraria tarifa de 10% sobre a soja dos EUA, esse movimento ganhou ainda mais força.
“Eles [os chineses] agora terão que cobrir no Brasil toda a demanda que seria atendida pelos EUA. Vamos vender mais soja, e os prêmios devem se manter entre 65 e 75 cents no restante desta safra”, projeta Birkhan.
Para Daniele Siqueira, da AgRural, seria lógico que os prêmios de exportação do Brasil caíssem nesta época do ano, ainda mais com previsão de safra recorde. “Com a tarifa chinesa sobre a soja americana e a pressão sobre as cotações em Chicago, a tendência é de que os prêmios continuem firmes mesmo com o avanço da colheita no Brasil. Não se espera, porém, que os prêmios subam tanto quanto em 2018, na primeira guerra comercial”, disse.
Naquele ano, a forte procura da China pela soja brasileira levou o prêmio a 200 pontos positivos, algo inédito até então.
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