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Café mais barato no mercado: entenda por que os preços começaram a cair após 16 meses de alta

Após mais de um ano de aumentos consecutivos, consumidor começa a sentir alívio no bolso. Queda é impulsionada por safra robusta e mudanças no cenário internacional.

Economia | 19 de Julho de 2025 as 11h 06min
Fonte: ND Mais

Após 16 meses seguidos de alta, o café – um dos produtos mais consumidos pelos brasileiros – começa finalmente a dar sinais de alívio nas prateleiras. Dados recentes do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) mostram que a inflação do café moído, que acumulava alta de 77,9% em 12 meses até junho, teve uma desaceleração importante: de 4,59% em maio para apenas 0,56% no último mês.

A queda nos preços tem como principal explicação o aumento da oferta, especialmente do café robusta. Com a colheita mais farta nesta temporada, os estoques aumentaram e isso tem contribuído para a redução dos custos na indústria e, por consequência, nos supermercados.

Segundo projeções do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), a safra brasileira de 2025/26 deve alcançar 40,9 milhões de sacas de arábica (queda de 6,4%) e 24 milhões de sacas de robusta (alta de 14,8%). Esse avanço no robusta é fundamental para equilibrar o mercado, já que esse tipo de grão, mais barato, é amplamente utilizado em blends (misturas) e cafés solúveis.

Outro fator relevante é a imposição de tarifas de 50% pelos Estados Unidos sobre a importação de café brasileiro. Caso as barreiras se mantenham, especialistas apontam que parte dessa produção deve ser redirecionada ao mercado interno, o que tende a manter os preços sob controle nos próximos meses.

“Com mais café disponível e a demanda internacional pressionada, o cenário favorece o consumidor brasileiro. Ainda é cedo para falar em normalização dos preços, mas o pico parece ter passado”, afirma um analista do setor ouvido pela reportagem.

A alta dos últimos meses, no entanto, deixou marcas no comportamento do consumidor. Pesquisa da Associação Brasileira da Indústria de Café (Abic) revela que muitos brasileiros passaram a optar por marcas mais acessíveis e até reduzir o consumo, afetando principalmente os cafés gourmet e especiais.

Apesar do alívio atual, o mercado ainda observa com cautela o futuro. Especialistas alertam que a desvalorização do real pode impactar os preços nos próximos meses, já que boa parte dos custos da cadeia do café está atrelada ao dólar. Além disso, custos estruturais como rastreabilidade, sustentabilidade e mudanças climáticas têm mantido os preços em um novo patamar.

A expectativa, segundo analistas do Itaú BBA, é de que a tendência de queda continue de forma gradual, mas sem retornar aos níveis pré-crise. O consumidor, ao que tudo indica, terá que se adaptar a um novo “normal” no preço do café.

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